Estigmas: o que são e por que aparecem nas notícias
Quando a gente ouve a palavra estigma, pensa imediatamente em julgamento, preconceito ou rótulo que a sociedade coloca em alguém ou algo. É aquele olhar de quem já decidiu antes mesmo de entender a história completa. No dia a dia, os estigmas surgem em vários cantos – na política, na saúde, no esporte e até nas redes sociais.
Mas por que os veículos de imprensa falam tanto sobre isso? Porque os estigmas costumam gerar polêmicas e atrair cliques. Quando um assunto tem “estigma” envolvido, ele desperta curiosidade, indignação ou empatia, o que faz o leitor querer saber mais. Por isso, entender como eles funcionam ajuda a filtrar informações e a ter uma visão mais crítica.
Como o estigma se manifesta nas notícias brasileiras
Um exemplo recente foi a cobertura sobre o Pé-de-Meia, o auxílio estudantil. Enquanto alguns veículos elogiam a iniciativa, outros reforçam o estigma de que beneficiários são “dependentes do governo”. Esse rótulo pode influenciar a opinião pública e, até mesmo, decisões políticas.
No esporte, o caso de jogadores que recebem críticas duras por falhas ou por sua origem costuma ficar marcado por estigmas. Por exemplo, o confronto entre Fortaleza e Palmeiras gerou debates que foram além do resultado em campo, trazendo à tona ideias pré‑concebidas sobre a qualidade dos times e dos torcedores.
Na esfera jurídica, a decisão do STF sobre a pejotização também ilustra bem o ponto. Quando o tribunal suspende processos, surgem narrativas que rotulam empresas como “exploradoras” e trabalhadores como “incompetentes”, criando novos estigmas que alimentam a polarização.
Como lidar com estigmas na hora de ler notícias
Primeiro, questione a fonte. Um texto que usa palavras carregadas como “vítima”, “culpado” ou “incompetente” pode estar reforçando um estigma. Procure quem escreveu, qual o objetivo e se há dados que sustentam a afirmação.
Segundo, procure diferentes pontos de vista. Se um assunto aparece em várias seções – política, economia, cultura – compare as abordagens. Isso ajuda a perceber se o estigma está presente em todas ou se é exclusivo de um veículo.
Terceiro, lembre-se de que histórias reais são complexas. Um atleta como Caio Bonfim, que conquista medalhas, pode ser usado como símbolo de superação, mas também pode virar alvo de quem tenta diminuir seu sucesso por questões de origem ou classe social.
Por fim, compartilhe com consciência. Quando você repassa uma notícia, pense se está reforçando um estigma ou se está ajudando a esclarecer um fato. Um simples alerta pode mudar a forma como outras pessoas percebem o assunto.
Estigmas são parte da nossa comunicação, mas não precisam ser invisíveis. Reconhecer quando eles aparecem nas notícias é o primeiro passo para um consumo de informação mais saudável e menos enviesado.