Enviado de Trump Cancela Coletiva com Zelenskyy em Kyiv após Tensões Diplomáticas

Enviado de Trump Cancela Coletiva com Zelenskyy em Kyiv após Tensões Diplomáticas

Em meio a tensões diplomáticas crescentes, Keith Kellogg, o enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Ucrânia, cancelou uma aguardada coletiva de imprensa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy em Kyiv, programada para 20 de fevereiro de 2025. A decisão foi confirmada pelo porta-voz presidencial ucraniano, Serhii Nikiforov, e atribuída a fricções diplomáticas entre os dois líderes.

O cancelamento ocorreu em um momento em que Trump chamou Zelenskyy de 'ditador sem eleições', questionando a legitimidade da Ucrânia devido ao adiamento das eleições sob a lei marcial. Essa alegação foi rapidamente rejeitada tanto por Kyiv quanto por aliados europeus, que consideraram a declaração alinhada com desinformações do Kremlin. Zelenskyy, por sua vez, acusou Trump de operar dentro do 'espaço de desinformação' russo após uma reviravolta na política dos EUA, que passou a buscar diálogo bilateral com a Rússia, excluindo a Ucrânia e a Europa das conversas.

Os Estados Unidos pressionam a Ucrânia para aceitar um acordo que permitiria empresas americanas explorarem minerais no território ucraniano em troca do auxílio de guerra fornecido até agora. Mike Waltz, membro do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, criticou a resistência da Ucrânia aos termos propostos e pediu que Kyiv 'abaixe o tom' e assine o acordo. Zelenskyy destacou a disposição para um acordo que traga benefícios verdadeiros e segurança às suas fronteiras contra agressões futuras.

Enquanto isso, líderes europeus entraram em defesa de Zelenskyy. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, apontaram os comentários de Trump como 'errados e perigosos', salientando a legitimidade democrática do presidente ucraniano. Em contrapartida, a Rússia demonstrou apoio à posição de Trump, com Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, classificando as críticas de Kyiv aos líderes estrangeiros como 'inaceitáveis'.

O cancelamento da coletiva de imprensa veio em meio a ataques russos contínuos, como os ataques de drones em Odesa e Kherson, que causaram mortes e deixaram milhares sem eletricidade. Zelenskyy reafirmou a prontidão da Ucrânia para discutir acordos de investimento e garantias de segurança com os EUA, ressaltando a importância de uma paz duradoura que contenha a agressão russa.

Autor
  1. Juuuliana Lara
    Juuuliana Lara

    Trabalho como jornalista especializada em notícias do dia a dia no Brasil. Escrever sobre os acontecimentos diários me traz grande satisfação. Além da escrita, adoro discutir e argumentar sobre o andamento das notícias no país.

    • 11 mar, 2025
Comentários (12)
  1. Lucas Nogueira
    Lucas Nogueira

    mano, isso tudo é um circo mesmo. Trump tá só tentando vender um acordo pra empresa dele e fingir que é por causa da paz. Zelenskyy tá preso numa guerra que ninguém mais quer resolver direito.

    • 11 março 2025
  2. leonardo almeida
    leonardo almeida

    A Ucrânia nunca foi democracia de verdade. Eleições sob lei marcial? Isso é farsa. E os europeus ainda defendem isso? O que eles esperam, que a Rússia desista por educação?

    • 11 março 2025
  3. Maycon Mansur
    Maycon Mansur

    Zelenskyy é um ditador. Trump só disse o que todo mundo pensa. E os europeus choram porque perderam o controle da narrativa.

    • 11 março 2025
  4. Maycon Ronaldo
    Maycon Ronaldo

    Olha, se vocês acham que isso é só sobre política, tá errado. É sobre minério. É sobre lítio, níquel, terras raras. Os EUA querem controlar o que sobrou da Ucrânia depois da guerra, e tá usando o discurso de segurança como capa. Zelenskyy tá tentando não virar um vassalo. E os europeus? Eles só querem que alguém continue segurando a linha enquanto eles compram gás da Rússia em silêncio. Aí vem o Trump, joga a toalha, e todo mundo fica de boca aberta como se fosse surpresa. Mas não é. Isso era previsível desde 2022. A guerra não era sobre democracia. Era sobre recursos. E agora que o mapa tá desenhado, quem vai pagar o preço? A Ucrânia. Sempre a Ucrânia.

    • 11 março 2025
  5. Gih Maciel
    Gih Maciel

    o que eu acho é que todo mundo tá fingindo que não entende que isso é um jogo de poder e não de ideais

    • 11 março 2025
  6. Luma Eduarda
    Luma Eduarda

    Essa é a queda do Ocidente em tempo real. Um presidente dos EUA alinhado com o Kremlin, um líder ucraniano vilipendiado como ditador, e os europeus, envergonhados, tentando disfarçar sua impotência com discursos vazios. Isso não é política. É tragédia grega. E nós, brasileiros, ainda achamos que isso não nos afeta. Engano. Quando o mundo desmorona, os refugiados chegam. Os preços sobem. E os idiotas que acreditavam em 'liberdade' descobrem que era só propaganda.

    • 11 março 2025
  7. Carols Bastos
    Carols Bastos

    É importante lembrar que, mesmo com todas as tensões, a Ucrânia ainda mantém um governo eleito, mesmo que por prorrogação. A lei marcial é um mecanismo de emergência, não um golpe. E os EUA, mesmo com essa nova linha, ainda são o maior fornecedor de armas. Então, o cancelamento da coletiva é sim um sinal, mas não é o fim da relação. Ainda há espaço para diálogo, só que agora com mais cautela. E é isso que Zelenskyy está tentando fazer: manter a linha, sem ceder o essencial.

    • 11 março 2025
  8. Helbert Rocha Andrade
    Helbert Rocha Andrade

    Trump não quer guerra. Quer negócio. Zelenskyy quer sobreviver. Europa quer paz. Rússia quer espaço. Ninguém está errado. Só que ninguém está falando a mesma língua.

    • 11 março 2025
  9. Rodrigo Donizete
    Rodrigo Donizete

    Você acha que isso é coincidência? A coletiva foi cancelada no mesmo dia em que a CIA vazou um documento sobre mineração clandestina em Donbass. Eles já estão mapeando os depósitos. E Zelenskyy sabe. Por isso recusa. É uma guerra de minérios, não de ideias. E os europeus estão sendo usados como escudo. O Kremlin já está rindo. E vocês acham que isso é só política? Não. É colonização disfarçada de ajuda humanitária.

    • 11 março 2025
  10. Leandro Bordoni
    Leandro Bordoni

    Se o acordo for só sobre minérios e não sobre segurança real, então Zelenskyy tá certo em recusar. Ninguém vai pagar o preço de uma guerra se não tiver garantia de que o inimigo não volta. E se os EUA não querem dar essa garantia, então tá na hora de parar de fingir que são aliados.

    • 11 março 2025
  11. Edson Hoppe
    Edson Hoppe

    A Ucrânia não é um país. É um campo de batalha com bandeira. E todo mundo quer um pedaço. Trump quer minério. Europa quer paz. Rússia quer desgaste. E Zelenskyy? Ele quer ser lembrado como quem não cedeu. Mesmo que isso signifique morrer sozinho.

    • 11 março 2025
  12. Carols Bastos
    Carols Bastos

    Acho que o ponto mais importante é que, mesmo com todos os atritos, a Ucrânia ainda tem apoio real de milhões de cidadãos. E isso não é só sobre governos. É sobre pessoas que ainda acreditam que o futuro pode ser diferente. O que Trump faz é político. O que Zelenskyy faz é humano. E talvez isso seja o que realmente importa no fim.

    • 11 março 2025
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