O Athletico-Paranaense finalmente voltou a vencer. Neste sábado (23 de agosto de 2025), no Estádio Rei Pelé, em Maceió, o Furacão derrotou o Clube de Regatas Brasil por 1 a 0, com gol do atacante colombiano Kevin Stiven Viveros García aos 3 minutos do segundo tempo. A vitória, tão esperada, encerrou uma sequência desoladora de sete jogos sem vitórias — quatro empates e três derrotas — desde o último triunfo, em 5 de julho, contra o Amazonas. Era hora. E o gol veio como um soco no estômago da torcida que, há semanas, vivia entre a frustração e a esperança tênue.
Um gol que mudou o clima
O gol não foi de efeito especial, nem de grande beleza tática. Foi simples, direto, cruel. Viveros recebeu um cruzamento da esquerda, desviou com o ombro e mandou para o fundo da rede. O goleiro Matheus Albino, do CRB, nem se mexeu. Na arquibancada, o silêncio do time da casa foi instantâneo. No banco do Athletico-PR, o técnico Odair Hellmann levantou os braços como se tivesse acabado de vencer uma final. Era mais do que três pontos: era alívio, era recomeço. A equipe, que vinha jogando com medo de errar, voltou a respirar. Nos 45 minutos iniciais, o Furacão teve mais posse, mais ameaça — Gastón Esquivel chutou de longe, Zapelli perdeu uma chance clara — mas faltava a decisão. No segundo tempo, o medo cedeu espaço à coragem.Posição na tabela: entre a esperança e a realidade
Com a vitória, o Athletico-PR subiu para a 11ª colocação com 30 pontos, ainda distante do G-4, mas agora a apenas seis pontos do Criciúma, quarto colocado. O CRB, por outro lado, continua em dúvida: segundo a Federação Paranaense de Futebol, tem 32 pontos e ocupa a 9ª posição; segundo a CNN Brasil, tem 31 e está em 10º. A confusão reflete o caos estatístico da Série B — onde cada ponto vale ouro e cada empate pode ser fatal. As chances de acesso do CRB, segundo cálculos do GE Globo em parceria com o economista Bruno Imaizumi, são de apenas 4,83%. Já o Athletico-PR, com 18,95% de probabilidade, ainda vive no sonho. São 15 jogos restantes. Não é impossível. Mas exige consistência. E isso, até agora, o Furacão não teve.
Um time que perdeu o rumo — e encontrou de novo
Odair Hellmann, que assumiu o comando em 12 de junho, substituindo Paulo Autuori, enfrentava pressão crescente. A torcida exigia mudanças, a imprensa questionava a estratégia. A equipe, que jogava com dois volantes e sem referência ofensiva, parecia perdida. Mas contra o CRB, houve mudança: Viveros foi o centro, a referência. O meia Lucas Goura, que vinha sendo usado como lateral, voltou ao meio-campo. A defesa, que sofreu 12 gols nos últimos cinco jogos, segurou o placar. Foi um jogo de reajuste. De ajuste emocional. O time voltou a acreditar. E isso, na Série B, é mais valioso que qualquer passe.Próximos desafios: Copa do Brasil e a luta pela sobrevivência
O Athletico-PR já tem o próximo compromisso marcado: na quarta-feira (27 de agosto), às 21h30, enfrenta o Sport Club Corinthians Paulista na Neo Química Arena, em São Paulo, pelas quartas de final da Copa do Brasil. É um jogo de alto risco — e também de grande oportunidade. Vencer o Corinthians seria um impulso psicológico enorme. Já o CRB recebe o Paysandu Sport Club no próximo sábado (30 de agosto), às 16h, novamente no Rei Pelé. Para o time alagoano, é uma última chance de se manter vivo na briga. Mas com apenas 4,83% de chances, o cenário é de desespero.
Contexto histórico: dois clubes, duas trajetórias
O Athletico-Paranaense, fundado em 26 de março de 1924, é um dos clubes mais tradicionais do Sul. O rebaixamento em 2024 foi um choque. A diretoria, comandada pelo presidente Mario Celso Petraglia, apostou em renovação — e em Hellmann. Já o CRB, fundado em 1912, é uma instituição no Nordeste. Três temporadas consecutivas na Série B já o colocam entre os clubes mais frustrados da região. O presidente Marcos Antônio Horta Costa enfrenta pressão de torcedores que já se perguntam: até quando?Historicamente, o Athletico-PR tem vantagem sobre o CRB: em cinco confrontos anteriores, venceu três, enquanto o clube alagoano levou dois. Nenhum empate. Um dado que, agora, ganha novo peso. O Furacão voltou a vencer. O CRB, mais uma vez, viu a porta da Série A se fechar.
Frequently Asked Questions
Como o gol de Viveros impactou a moral do Athletico-PR?
O gol de Kevin Viveros não só deu a vitória, mas quebrou o ciclo de incerteza que assolava o time desde julho. Jogadores e torcida demonstraram alívio visível, e o técnico Odair Hellmann mudou o esquema após o gol, priorizando a defesa e a transição rápida. Isso restaurou a confiança no grupo, que agora enxerga a Série B como algo possível, e não como um pesadelo.
Por que o CRB ainda tem chances mínimas de acesso?
Apesar de estar na 9ª ou 10ª posição, o CRB ainda tem 15 jogos pela frente. Com vitórias consecutivas e resultados adversos favoráveis, pode alcançar o G-4. Mas as simulações do GE Globo mostram que, mesmo vencendo todos os jogos restantes, o time precisaria que times à sua frente perdessem pelo menos 70% de seus jogos — algo altamente improvável. A probabilidade real é de 4,83%, quase uma ilusão.
O que mudou no Athletico-PR para vencer após sete jogos sem vitória?
A mudança foi tática e mental. Hellmann retirou o volante excessivo e colocou Viveros como centroavante isolado, liberando os laterais. O time passou a atacar com mais velocidade e menos preocupação com o erro. Além disso, a pressão da torcida e a consciência de que o rebaixamento era possível acenderam um fogo interno. O resultado foi um time mais agressivo, menos tímido — e finalmente vitorioso.
Qual a importância da Copa do Brasil para o Athletico-PR neste momento?
Enfrentar o Corinthians é uma oportunidade de redenção. Uma vitória em casa do time paulista não só daria um título real ao clube, como também traria recursos financeiros e visibilidade. Isso pode ajudar a manter jogadores-chave e atrair novos reforços para a reta final da Série B. É um escape emocional e econômico ao mesmo tempo.
O Estádio Rei Pelé é favorável ao CRB?
Sim. O Rei Pelé, com 19.105 lugares e clima quente e úmido, é um dos palcos mais difíceis para visitantes na Série B. O CRB venceu 70% de seus jogos em casa nesta temporada. Mas neste sábado, a torcida não conseguiu elevar o time. O Athletico-PR foi mais eficiente e soube controlar o nervosismo — algo que, até então, o CRB fazia bem.
Quem é o maior rival do Athletico-PR na luta pelo acesso?
O principal rival é o Criciúma, que lidera o G-4 com 36 pontos. Mas também estão na briga o Botafogo-SP, o Avaí e o Guarani. O Athletico-PR ainda tem jogos diretos contra o Avaí e o Botafogo-SP, que podem ser decisivos. Vencer esses confrontos é a única forma de fechar a distância em seis pontos — e ainda assim, precisará de ajuda.
Trabalho como jornalista especializada em notícias do dia a dia no Brasil. Escrever sobre os acontecimentos diários me traz grande satisfação. Além da escrita, adoro discutir e argumentar sobre o andamento das notícias no país.