Ancelotti estreia Vinicius Junior e faz 8 mudanças contra o Japão em amistoso decisivo

Ancelotti estreia Vinicius Junior e faz 8 mudanças contra o Japão em amistoso decisivo

Carlo Ancelotti não brincou em serviço. Com o olho fixo na Copa do Mundo de 2026, o técnico italiano decidiu que o amistoso contra o Japão, nesta terça-feira, 14 de outubro de 2025, no Estádio Ajinomoto em Tóquio, seria mais que um teste — foi um sinal. Oito mudanças. Oito jogadores novos. E, no centro de tudo, o retorno de Vinicius Junior como titular, depois de semanas sendo poupado no Real Madrid. A mensagem foi clara: o Brasil não está apenas treinando. Está construindo algo.

Um time em construção, não em manutenção

Do time que esmagou a Coreia do Sul por 5 a 0 na sexta-feira anterior, só três nomes sobraram: Casemiro, Bruno Guimarães e, claro, Vinicius. O restante? Praticamente um novo time. O goleiro Hugo Souza, de 26 anos, do Cruzeiro, entrou no lugar de Bento — sua primeira estreia como titular pela Seleção. Isso faz 38 jogadores diferentes já usados por Ancelotti desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2025. Só 45 foram convocados. Ou seja: quase todos têm chance. E ninguém, absolutamente ninguém, está a salvo.

Isso não é caos. É estratégia. Ancelotti, que já treinou times campeões da Europa, sabe que a Seleção Brasileira não pode mais depender de nomes que brilharam em 2022. O time precisa evoluir. E ele está testando tudo: desde laterais como Caio Henrique (AS Monaco) até meias como Lucas Paquetá, que assumirá o lugar de Estêvão Willian, afastado por gripe leve. O sistema tático? 4-3-3, com Vinicius na ponta esquerda, Rodrygo no banco — e o jovem Raphinha ainda fora por lesão. Ainda assim, a equipe tem potencial para ser a mais veloz da história da Seleção.

Japan: sem estrelas, mas com fome

O Japão, por sua vez, não chegou com seu time completo. Sem Wataru Endo (Liverpool), Daizen Maeda (Celtic) e Ko Itakura (Feyenoord), o técnico Hajime Moriyasu montou uma equipe com jovens promissores. Takefusa Kubo, do Real Sociedad, atuará como meia ofensivo, e Kaoru Mitoma, do Brighton, trará velocidade pelas laterais. Não é o time que venceu a Copa da Ásia em 2024, mas é um time com alma. E com sede de surpreender.

Historicamente, o Brasil domina. Oito vitórias consecutivas no Japão. 35 gols marcados, apenas cinco sofridos. A última derrota? Em 2005, em amistoso em Tóquio. Mas o futebol mudou. O Japão agora tem estrutura, tática e disciplina. E se o Brasil não jogar com foco, pode acabar sendo o primeiro sinal de alerta.

Por que isso importa para o Brasil?

Aqui está o ponto crucial: o Brasil não tem mais tempo para experimentos. A próxima partida oficial é contra o Paraguai, em 14 de novembro, no Arena Corinthians, pela classificação da Copa do Mundo de 2026. A pressão está aumentando. E Ancelotti precisa saber: quem é capaz de jogar sob pressão? Quem se adapta ao ritmo das eliminatórias? Quem tem personalidade?

Ele não está apenas testando jogadores. Está testando mentalidade. Vinicius, por exemplo, foi poupado por semanas no Real Madrid — mas agora é o primeiro nome da lista. Por quê? Porque ele tem o que os outros não têm: a capacidade de mudar um jogo com um toque. E Ancelotti sabe disso. O técnico italiano, que já teve Messi, Ronaldo e Benzema, entende que o futebol moderno exige estrelas que decidem partidas. Não apenas jogadores que executam.

As próximas etapas: o calendário que define o futuro

As próximas etapas: o calendário que define o futuro

Após o amistoso contra o Japão, o Brasil ainda tem dois jogos em novembro: contra o Senegal, em Londres, e contra a Tunísia, em Paris. São amistosos, mas também testes de resistência. Eles servem para ver como o time reage em climas diferentes, em fusos horários adversos, em estádios cheios de torcida contrária. É o preparo para a Copa do Mundo — não apenas para jogar, mas para sobreviver.

Enquanto isso, o Japão enfrenta a Austrália em 15 de novembro, pela classificação asiática. Ambos os times estão em ritmo de guerra. E o amistoso em Tóquio pode ser o primeiro embate real da nova era.

Quem está fora? A lista de lesões que pesa

A Seleção brasileira ainda sofre com a ausência de grandes nomes: Raphinha (Barcelona), Marquinhos (PSG), Alisson (Liverpool) e Alexsandro Ribeiro (Botafogo) estão fora por lesões. Isso força Ancelotti a confiar em jovens e jogadores de clubes menos conhecidos. Mas, ironicamente, isso também é uma vantagem: ninguém está acostumado a ser titular. E isso gera competitividade.

Na convocação de 1º de outubro, Ancelotti chamou Rodrygo pela primeira vez desde que o treinou no Real Madrid. E disse, na coletiva: "Rodrygo está em ótima forma física. Cada vez que entra, faz a diferença. Ele pode jogar em qualquer posição do ataque. Vai ajudar muito."

Essa frase é a chave. Ancelotti não quer apenas jogadores talentosos. Ele quer jogadores que saibam ser decisivos — mesmo quando não estão em seu melhor momento.

Frequently Asked Questions

Por que Vinicius Junior foi escolhido como titular, mesmo estando poupado no Real Madrid?

Ancelotti quer ver se Vinicius consegue brilhar sob pressão da Seleção, não apenas no clube. Apesar de ser poupado no Real Madrid para evitar lesões, o técnico brasileiro acredita que o jogador tem o carisma e a velocidade para ser o catalisador da nova geração da Seleção. Além disso, a ausência de Raphinha e a lesão de Estêvão Willian criaram um vazio que só Vinicius pode preencher com sua capacidade de driblar e criar chances em espaços apertados.

Quantos jogadores já foram usados por Ancelotti desde que assumiu a Seleção?

Desde fevereiro de 2025, Ancelotti já utilizou 38 jogadores diferentes em 12 convocações, em apenas seis partidas. Isso representa mais de 80% dos 45 atletas convocados por ele. O recorde anterior da CBF, sob Tite, foi de 29 jogadores em todo o ciclo da Copa de 2022. A estratégia é clara: manter o grupo competitivo e evitar a estagnação.

Qual é o impacto financeiro deste amistoso contra o Japão?

O jogo em Tóquio deve gerar cerca de €12,5 milhões em receitas, incluindo direitos de transmissão, merchandising e patrocínios. É o amistoso mais lucrativo da história da Seleção fora da América do Sul. Isso reflete o poder de mercado do futebol brasileiro, mesmo sem uma competição oficial em jogo. O Japão, por sua vez, vê no confronto uma oportunidade de fortalecer laços com a CBF e atrair torcedores para futuros jogos.

O que o Brasil precisa mostrar contra o Japão para garantir confiança antes da Copa do Mundo?

Precisa mostrar consistência defensiva, organização tática e eficiência ofensiva com jogadores novos. O time não pode depender apenas de Vinicius ou Casemiro para decidir. Se a nova geração — como Hugo Souza, Caio Henrique e os jovens meias — conseguir manter o ritmo por 90 minutos, o Brasil terá um sinal claro de que está pronto para enfrentar as grandes seleções em 2026. A vitória importa menos do que a evolução.

Por que Ancelotti mudou o sistema para 4-3-3?

O 4-3-3 permite maior mobilidade nas laterais, algo essencial contra o Japão, que ataca rápido com Mitoma e Kubo. Além disso, o sistema dá mais liberdade a Vinicius e Rodrygo para cortar para o centro, enquanto Bruno Guimarães e Casemiro garantem cobertura. É uma adaptação ao estilo de jogo moderno — e uma forma de testar se os jogadores brasileiros conseguem se adaptar a sistemas mais rígidos, algo que será crucial nas eliminatórias.

O que vem depois do amistoso contra o Japão?

Após o confronto com o Japão, o Brasil enfrenta o Senegal em Londres (17/11) e a Tunísia em Paris (20/11), antes de entrar de vez nas eliminatórias da Copa do Mundo contra o Paraguai, em 14 de novembro, em São Paulo. Esses amistosos são o último teste antes da pressão real. Ancelotti já disse que o time que jogar contra o Japão será o mesmo que enfrentará o Paraguai — e isso pode ser o começo de uma nova era.

Autor
  1. Juuuliana Lara
    Juuuliana Lara

    Trabalho como jornalista especializada em notícias do dia a dia no Brasil. Escrever sobre os acontecimentos diários me traz grande satisfação. Além da escrita, adoro discutir e argumentar sobre o andamento das notícias no país.

    • 18 nov, 2025
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