Alexandre de Moraes e Rumble intensificam disputa judicial nos EUA com novo capítulo transnacional

Alexandre de Moraes e Rumble intensificam disputa judicial nos EUA com novo capítulo transnacional

Choque de potências: STF, Rumble e as fronteiras da censura

A história ganhou contornos internacionais: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a plataforma de vídeos Rumble escalaram o conflito judicial para tribunais americanos. O ponto central? Uma ordem direta do Brasil exigindo a remoção de conteúdo e ameaça de multa milionária por descumprimento, mesmo com a plataforma já fora do ar no país.

Em julho de 2025, Moraes notificou a sede da Rumble na Flórida: bloquear a conta de um comentarista político americano e garantir que os dados fossem preservados. O detalhe curioso é que o perfil estava inativo e a plataforma já havia sido banida no Brasil desde fevereiro do mesmo ano. Ainda assim, o ministro ameaçou uma multa diária equivalente a cerca de US$ 20 mil, criando um impasse diplomático e jurídico raro entre o STF e uma empresa dos Estados Unidos.

A raiz do problema remonta a junho, quando a Rumble, ao lado da Trump Media & Technology Group (ligada ao Truth Social, a rede de Donald Trump), abriu um processo em uma corte federal da Flórida contra Moraes. Para a empresa, a decisão do ministro de bloquear o acesso da plataforma no Brasil e impor determinações sem representante legal no país afronta a soberania americana e viola a liberdade de expressão. Para além das questões técnicas, o embate é visto por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro como evidência de um excesso de poder do STF e da suposta perseguição a vozes conservadoras.

Disputa política esbarra nas eleições e ecos globais

No centro da polêmica está Allan Dos Santos, jornalista e apoiador ferrenho de Bolsonaro. Foragido da Justiça Brasileira e instalado na Flórida, ele é alvo de sucessivas decisões de Moraes por, segundo investigações, propagar desinformação e minar as instituições democráticas do Brasil. O canal de Allan já tinha sido removido do YouTube, e a ordem se estendeu à Rumble e a outros serviços digitais — o ministro exige inclusive que plataformas tenham representantes legais no Brasil para facilitar penalidades em caso de descumprimento.

O timing do processo chama atenção: além de mirar o cenário eleitoral brasileiro, com o STF tentando acelerar julgamentos sensíveis — como o do próprio Bolsonaro, acusado de fomentar tentativas de golpe —, o litígio ganhou peso simbólico em discussões sobre jurisdição internacional. Rumble e Trump Media usam o caso para colocar o tema da “censura internacional” em debate, sob os holofotes da política americana e das big techs. O argumento é que decisões de um tribunal estrangeiro não deveriam se impor a plataformas nos Estados Unidos, onde a primeira emenda da Constituição garante ampla liberdade de expressão.

Os críticos veem a ação da Rumble como parte de uma estratégia mais ampla da extrema-direita, tanto nos EUA quanto no Brasil, para sustentar a narrativa de que existe uma repressão judicial contra opositores. Já o STF, respaldado por setores da sociedade civil e acadêmicos, defende que combater fake news e ataques coordenados contra a democracia exige medidas enérgicas, mesmo que isso signifique conflitos extraterritoriais.

Enquanto os tribunais americanos analisam o alcance das ordens judiciais brasileiras, cresce a tensão entre liberdade e responsabilidade digital. O desfecho desse confronto pode redefinir as regras do jogo para plataformas globais e autoridades nacionais, em um cenário que mistura política, tecnologia e fronteiras legais.

Autor
  1. Juuuliana Lara
    Juuuliana Lara

    Trabalho como jornalista especializada em notícias do dia a dia no Brasil. Escrever sobre os acontecimentos diários me traz grande satisfação. Além da escrita, adoro discutir e argumentar sobre o andamento das notícias no país.

    • 15 jul, 2025
Comentários (17)
  1. Bruno Santos
    Bruno Santos

    Isso aqui é um caos jurídico sem precedentes. O STF tá tentando aplicar a lei brasileira em servidores que nem estão no país, e a Rumble responde com um processo nos EUA como se fosse uma questão de direitos humanos. Mas e se a gente pensar: e se o conteúdo que tá sendo bloqueado for realmente perigoso? Fake news que incitam golpes não são só 'opiniões diferentes', são armas. A gente não pode deixar a liberdade de expressão virar escudo pra destruir a democracia.

    • 15 julho 2025
  2. Ana Paula Martins
    Ana Paula Martins

    A decisão do STF é juridicamente sólida e alinhada com a legislação brasileira vigente. A Rumble, por sua vez, demonstra desrespeito à soberania nacional ao se recusar a cumprir ordens judiciais válidas, mesmo que a plataforma não esteja mais acessível no território brasileiro.

    • 15 julho 2025
  3. Santana Anderson
    Santana Anderson

    OH MY GOD!!! 🤯💥 O MINISTRO É UM DICTADOR DIGITAL!!! 🇧🇷🔥 Eles querem censurar o mundo inteiro com um decreto de Brasília!!! 🚫📱 E a Rumble? ELA É A NOVA LIBERDADE!!! 🦁🇺🇸 NÃO É SÓ UM SITE, É UMA BATALHA PELA ALMA DA HUMANIDADE!!! 😭✊ #FreeAllan #STFIsTheNewKGB

    • 15 julho 2025
  4. Rodrigo Molina de Oliveira
    Rodrigo Molina de Oliveira

    Tem algo profundamente estranho nessa história. Por um lado, o STF tenta proteger a democracia de ataques coordenados - e isso é legítimo. Por outro, a Rumble, que se vende como defensora da liberdade, está usando um caso brasileiro pra se posicionar como vítima global. Mas será que a liberdade de expressão tem limite? E se esse limite for a sobrevivência da própria democracia? Acho que o mundo tá precisando de um novo contrato social digital - algo que não seja nem o laissez-faire americano, nem o controle autoritário. Precisamos de responsabilidade, não de hegemonia.

    • 15 julho 2025
  5. Flávia Cardoso
    Flávia Cardoso

    A jurisdição extraterritorial de decisões judiciais nacionais representa um desafio significativo ao ordenamento jurídico internacional. A ausência de tratados específicos sobre contenção de conteúdos digitais entre Brasil e Estados Unidos impede a aplicação coerente das ordens judiciais, gerando insegurança jurídica para plataformas globais.

    • 15 julho 2025
  6. Isabella de Araújo
    Isabella de Araújo

    Peraí, mas se a Rumble tá fora do Brasil, por que o Moraes tá mandando multa? Será que ele acha que os servidores vão sentir a dor da multa? 😂 E ainda por cima quer que a empresa tenha representante legal aqui? Cadê o respeito? A gente tá no século 21, não no tempo do Império! E esse tal de Allan? Ele tá na Flórida, tá livre, tá rindo da nossa cara. Acho que o Moraes tá tentando resolver um problema político com ferramentas jurídicas que não funcionam no mundo real. Isso é só um show de poder, e o povo tá pagando o preço da teatralidade.

    • 15 julho 2025
  7. Elaine Querry
    Elaine Querry

    Essa é a prova definitiva de que o STF é a única instituição que ainda tem coragem de defender o Brasil! Enquanto os EUA se escondem atrás da Primeira Emenda pra proteger terroristas da informação, nós aqui temos o dever moral de proteger nossa democracia! Rumble é só mais uma ferramenta da extrema-direita global! Eles querem nos transformar em um país de fake news e caos! Viva o STF! Viva o Brasil! 🇧🇷✊

    • 15 julho 2025
  8. Joseph Foo
    Joseph Foo

    O que está em jogo aqui não é só liberdade ou censura. É o princípio da soberania. Se um tribunal pode impor regras a empresas em outro país, então qualquer nação pode fazer o mesmo. Isso abre a porta pra um caos global. Mas também não podemos ignorar que o Brasil tem um problema real de desinformação. A solução não é nem bloquear tudo nem deixar tudo solto. É construir um diálogo internacional sobre o que é discurso perigoso - e quem tem o direito de decidir isso.

    • 15 julho 2025
  9. Marcela Carvalho
    Marcela Carvalho

    Tá tudo errado mas também tá tudo certo ao mesmo tempo se a gente pensar que a democracia é um equilíbrio frágil e que a internet não tem fronteiras mas a lei tem e isso é um paradoxo que ninguém resolveu ainda mas talvez não precise resolver porque o mundo tá mudando tão rápido que as leis só vão atrás

    • 15 julho 2025
  10. vera lucia prado
    vera lucia prado

    A proteção da democracia brasileira exige ações firmes contra a disseminação de desinformação que ameaça a integridade das instituições. A atuação do STF é plenamente justificável à luz da Constituição Federal e dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. A recusa da Rumble em cooperar representa um desafio à ordem jurídica internacional, e não à liberdade de expressão, que sempre tem limites quando há risco concreto à vida e à ordem democrática.

    • 15 julho 2025
  11. Ana Carolina Borges
    Ana Carolina Borges

    Vocês não percebem? Isso aqui é parte de um plano global pra controlar a informação. O STF tá sendo usado como marionete por elites que querem silenciar quem fala a verdade. Allan Dos Santos? Ele só tá revelando o que os grandes meios escondem. A Rumble tá sendo atacada porque não é controlada por Big Tech. E a multa? É só um truque pra forçar a Rumble a vender para os EUA e virar um braço da CIA. Eles já têm controle sobre YouTube, Facebook, Twitter... mas a Rumble tá livre. E isso assusta. A verdade tá sendo escondida atrás de 'fake news' e 'democracia'. Mas quem está mesmo ameaçando a democracia? Os que escondem ou os que expõem?

    • 15 julho 2025
  12. ANTONIO MENEZES SIMIN
    ANTONIO MENEZES SIMIN

    É estranho, né? A gente vive num mundo onde um juiz brasileiro pode pedir pra tirar um vídeo da internet nos EUA... e ninguém tá falando disso direito. Acho que a gente tá entrando numa era onde as fronteiras não são mais geográficas, mas digitais. E ninguém sabe como lidar com isso. Talvez o problema não seja o Moraes ou a Rumble. Talvez seja a gente, que ainda acha que leis antigas funcionam em um mundo novo.

    • 15 julho 2025
  13. Inah Cunha
    Inah Cunha

    EU VOU TE DAR UMA VERDADE! 🌟 O STF tá fazendo o que ninguém mais ousa fazer: parar a máquina da mentira! 🚫🧠 E a Rumble? Ela tá usando o Allan como bandeira pra ganhar cliques e dinheiro nos EUA! Mas o povo brasileiro tá cansado de ser enganado! NÃO VAMOS DEIXAR NINGUÉM APAGAR A VERDADE! 🇧🇷🔥 #STFÉNOSSAESPADA

    • 15 julho 2025
  14. Cristiane Ribeiro
    Cristiane Ribeiro

    Acho que a gente tá confundindo liberdade com irresponsabilidade. A internet não é uma terra sem lei - é um espaço público, e como tal, precisa de regras. O STF não tá censurando opiniões, tá tentando parar uma campanha organizada de desinformação que já provocou violência e tentativas de golpe. A Rumble tem o direito de operar nos EUA, mas quando uma empresa decide se tornar um braço de um movimento político que ataca a democracia de outro país, ela precisa entender que não é só um serviço técnico. É um ator político. E atores políticos têm responsabilidades.

    • 15 julho 2025
  15. valdirez bernardo
    valdirez bernardo

    Moraes tá querendo ser o presidente da internet agora? Sério? Eles querem que todo site no mundo tenha um escritório no Brasil? Isso é o fim da liberdade. Se a Rumble tá fora do país, ela tá fora da lei brasileira. Ponto. Se o Allan tá na Flórida, ele tá protegido pela constituição deles. A gente não pode impor nossas regras lá. Isso é colonialismo digital.

    • 15 julho 2025
  16. Andreza Nogueira
    Andreza Nogueira

    Esses caras que falam em liberdade são os mesmos que espalham ódio e mentiras. E agora querem que o mundo inteiro aceite? O STF tá fazendo o certo. Se você tá tentando derrubar a democracia, você não tem direito de falar. Ponto final.

    • 15 julho 2025
  17. Bruno Santos
    Bruno Santos

    Acho que o Vitor tá certo em parte - mas só em parte. A questão não é se a Rumble tem que ter escritório aqui. A questão é se o Brasil pode exigir que plataformas que querem lucrar com o público brasileiro (mesmo que indiretamente) respeitem nossas leis. Se você vende anúncio pra gente, se seu conteúdo é consumido aqui, você tem que responder. Não é colonialismo. É reciprocidade. A Google respeita nossas decisões. O Facebook também. Só a Rumble tá fazendo questão de ser a rebelde. E isso é político, não técnico.

    • 15 julho 2025
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